SEXTOU NA GREVE debate interseccionalidade do movimento grevista e das políticas públicas educacionais federais

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FOTO: Comissão de Comunicação do Comando Geral de Greve – Da esquerda para direita: Rafaela Teixeira (IFCE) (mediação), Rafaella Florêncio (IFCE – CND Sinasefe), Jenni Dantas (IFCE), Sarah Rodrigues (Grêmio IFCE Fortaleza, FENET e UESM), Ângelo Oliveira (IFCE) e Angel Leonam (Diretora LGBT DCE/UFC).

No último dia 17/05, o Comando Geral de Greve do SINDSIFCE, em parceria com a ADUFC e SINTUFCE, realizou a terceira edição do “SEXTOU NA GREVE”.

O encontro aconteceu no Auditório do Campus Fortaleza, durante a tarde.

Para fazer “uma análise interseccional do movimento grevista e das políticas públicas educacionais federais”, a organização do evento convidou Jenni Dantas (IFCE), Rafaella Florêncio (IFCE – CND Sinasefe), Ângelo Oliveira (IFCE), Angel Leonam (Diretora LGBT DCE/UFC) e Sarah Rodrigues (Grêmio IFCE Fortaleza, FENET e UESM). A mediação foi realizada por Rafaela Teixeira (IFCE).

Os debatedores discutiram, entre outros temas, a exclusão histórica da população negra e a luta por cotas raciais. Também foi realizado debate sobre a inclusão de pessoas com deficiência e os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIAPN+.

Na ocasião, ao final, os debatedores indicaram que a greve não deve ser vista e vivenciada apenas como uma luta salarial, mas como uma luta por direitos coletivos e diversidade.

Rafaella Florêncio, da Direção Nacional do SINASEFE, fez importante resgaste histórico sobre o tema. “A educação no Brasil ou o projeto de educação no Brasil, nunca teve como centralidade a classe trabalhadora; em geral, o projeto de educação do nosso país, é o projeto de uma elite, tanto econômica como intelectual. Além da questão do trabalho, devemos lembrar que nas décadas de 30 e 40, a população negra não tinha como se manter na escola, porque ela não tinha como comprar o fardamento, por exemplo. Então, esse é apenas um exemplo dos mecanismos de exclusão da população negra, desde sempre e que se coloca sempre como urgente, não importa em qual contexto.”

Jenni Dantas, docente do campus Canindé, lembrou da dificuldade em fazer o debate sério e profundo sobre as políticas públicas para a comunidade LGBTQIAPN+. “Olha, a questão do gênero e a questão da sexualidade não é uma questão subjetiva, a partir do momento em que o não-debate, a não-formulação de políticas públicas, te exclui de espaços nos quais você deveria estar usufruindo e/ou se beneficiando, de forma material ou não. Então, esse debate precisa avançar e muito; sempre que a gente tenta fazer isso, o que temos é a deturpação da política, com “kit gay” e uma série de direcionamentos equivocados, não permitindo que o debate fundamental avance”, destacou.

Ângelo Oliveira, docente do Campus Quixadá, durante sua fala, situou sua intervenção. “Primeiro precisamos partir da premissa de que a deficiência é social e não biológica. Quando a gente coloca o biológico, a gente separa, a gente individualiza um fenômeno social e isso atende uma perspectiva psicologia burguesa, que projeta no sujeito a culpa pelo seu próprio fracasso. Então, essa é uma condição construída, pautada para um tipo ideal de homem de mulher, sobretudo na sociedade capitalista”, disse.

Ao final, os presentes participaram de uma atividade cultural com o Grupo Abadá – Capoeira.

O evento foi transmitido ao vivo pelo canal do SINDSIFCE no YouTube. Assista a seguir.