Manifestação por reajuste salarial e debate de políticas educacionais marcam segundo dia do 35º CONSINASEFE

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Análise de destaques ao Documento Base de Políticas Educacionais e Culturais do SINASEFE, pesquisa e pós-graduação e manifestação exigindo o reajuste salarial dos(as) servidores(as) públicos(as) foram os destaques desta quinta-feira (16/11) do 35º CONSINASEFE. Neste segundo dia de evento, os(as) mais de 400 participantes, vindos(as) de todas as regiões do país, além de se dedicarem aos debates internos se deslocaram por Brasília-DF para realizar um ato político no DNIT, onde acontecia a reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP).

Apresentação do Documento Base de Políticas Educacionais

A abertura dos trabalhos, na manhã desta quinta-feira (16/11) teve a apresentação do Documento Base “Contribuições do SINASEFE na construção de Políticas Públicas para a Educação Profissional e Tecnológica Brasileira: 15 anos da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica”. João Cichaczewski e Manoel Porto Jr, integrantes da coordenação de políticas educacionais e culturais do SINASEFE, comentaram a metodologia de construção e os debates do GT de Políticas Educacionais que foram fundamentais para a elaboração do documento base, além de pontuar perspectivas para o próximo período diante do aprofundamento nas discussões do assunto.

João explicou que as mesas relacionadas à educação no 35º CONSINASEFE foram definidas para qualificar o debate sobre os temas que não ainda entraram no Documento Base. Ele ressaltou que o material é um documento vivo, constantemente atualizado, e não algo para colocar na “estante”, já que pretende subsidiar e inspirar os debates de políticas educacionais e culturais nas seções sindicais. “Nessa temática de educação, internamente, os coletivos que constroem o sindicato nacional tem mais convergências e os debate tende a unificar mais. Além disso, externamente, nos tira de nossos ‘guetos’ e abre possibilidades de dialogar com estudantes, com a comunidade ao nosso entorno e, em última instância, com o projeto de país que a gente quer” destacou.

Manoel comentou brevemente o contexto político do país, pontuando a percepção de que existem dilemas pelo fato do governo estar em disputa “por dentro”. Ele pautou a construção histórica do SINASEFE no aspecto das políticas educacionais e culturais e detalhou o processo de elaboração do Documento Base, passando por aspectos considerados polêmicos como a relação com o mundo do trabalho e do neoliberalismo ‘heterdoxo’. “Muitos colegas que queriam ser empresários e acabam caindo no discurso da indústria 4.0 e isso reforça a importância de debatermos a nossa relação com o desenvolvimento tecnológico”, pontuou. Passando pelos aspectos culturais, Manoel lembrou que em alguns locais do país, os campi da Rede Federal são os únicos espaços da união em alguns, o que mostra a capilarização das Rede e a possibilidade dos institutos serem uma luz num contexto desafiador.

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15 Anos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: História, Política e Desafios

Secretário-adjunto de políticas educacionais, Manoel finalizou citando a publicação do livro 15 Anos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: História, Política e Desafios. Organizado por Eliezer Pacheco e Rodolfo Fiorucci, com realização do Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação (ITAI), edição da Editora Parque Itaipu e patrocínio da Itaipu Binacional.

Credenciamento

O informe de credenciamento foi apresentado pela trabalhadora do setor administrativo do SINASEFE, Lúcia Ferreira. Ela explicou que as únicas pendências foram relacionadas à delegados(as) que tiveram dificuldades com o horário de chegada, mas seus credenciamentos foram autorizados pelo plenário do CONSINASEFE. Os números do credenciamento do 35º CONSINASEFE ficaram assim:

  • 382 delegados(as);
  • 76 observadores(as);
  • 10 integrantes da Comissão de Organização;
  • 5 integrantes da Direção Nacional;
  • 473 participantes;
  • 55 seções sindicais.

Veja as seções sindicais presentes:

  • Assines-RJ
  • AprofCMPA-RS
  • Araguatins-TO
  • Bambuí-MG
  • Bento Gonçalves-RS
  • Brasília-DF
  • Cáceres-MT
  • Cariri/Juazeiro-CE
  • Catu-BA
  • CMR/EMPE-PE
  • CMRJ-RJ
  • Codó-MA
  • Colorado do Oeste-RO
  • Concórdia-SC
  • Crato-CE
  • Sinasefe IFBA e CMS
  • Sinasefe IFBaiano-BA
  • Sinasefe Ifes-ES
  • Sinasefe IFFluminense-RJ
  • Sinasefe IFMG-MG
  • Sinasefe IFMS-MS
  • Sinasefe IFPA, CTRB e Ciaba-PA
  • Sindsifpe-PE
  • Sintifrj-RJ
  • Sinasefe IFSC-SC
  • Sinasefe IFS-SE
  • Sinasefe IFSul-RS
  • Iguatu-CE
  • Januária-MG
  • Jataí-MG
  • Sinasefe Litoral-SC
  • Sinasefe Manaus-AM
  • Sinasefe Monte Castelo-MA
  • Sinasefe Mossoró-RN
  • Muzambinho-MG
  • Sinasefe Natal-RN
  • Sinasefe Norte de Minas-MG
  • Pimenta Bueno-RO
  • Rio do Sul-SC
  • Rio Pomba-MG
  • Santa Maria-RS
  • Santa Rosa do Sul-SC
  • Santa Teresa-ES
  • Sinasefe IFSP-SP
  • São Vicente da Serra-MT
  • São Vicente do Sul-RS
  • Sertão-RS
  • Sinasefe IFMT-MT
  • Sindscope-RJ
  • Sindsifce-CE
  • Sintef-GO
  • Sintef-PB
  • Sintietfal-AL
  • Triângulo Mineiro-MG
  • Videira-SC

Mesa 3: Pesquisa e pós-graduação para além da Inovação

A terceira mesa do 35º CONSINASEFE também aconteceu no período matutino, com tema “Pesquisa e Pós-graduação para além da Inovação”. Henrique Tahan Novaes (Unesp) e Amanda Moreira da Silva (Cap-UERJ) foram os palestrantes da mesa, que teve mediação de João Cichaczewski.

Henrique foi o primeiro a palestrar, ele iniciou a explanação lembrando o feriado de ontem e a “desproclamação da República”, que dos anos 70 pra cá, passando pela ditadura empresarial-militar e pelas as políticas neoliberais que destroem cotidianamente o que é público. Ele ressaltou sua admiração e inspiração em autores como Lima Barreto e István Mészáros, e fez diversas ‘provocações’ ao plenário, como, por exemplo, a consideração da universidade brasileira como neocolonial com reflexos de uma sociedade que de desindustrializou e desempenha um papel cada vez mais irrelevante, subordinado e periférico no contexto mundial.

Pautando a relação da universidade com os movimentos sociais, ele percorreu o cenário latino-americano e questionou: como a universidade pode servir ao povo, para além do acesso? “Para fazer o país dar certo é preciso acabar com a fome, com a miséria e a subnutrição, com as instituições de educação desenvolvendo pesquisas supercomplexas, envolvendo diversas áreas do conhecimento e com o que chamo de revolução agrária agroecológica”, ressaltou Henrique ao pontuar também seu trabalho no campo da agroecologia.

Veja o E-book citado por Henrique:

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Amanda estruturou sua palestra em três momentos: 1 – O padrão dependente de Educação Superior: os dilemas do subdesenvolvimento; 2 – Novas faces da dependência: a plataformização e as implicações para os(as) docentes pesquisadores(as) e 3 – Qual o papel da pesquisa científica e da pós-graduação para além da Inovação?

Ela destacou que a pesquisa no Brasil é o inverso do que ocorre no exterior, está concentrada (mais de 90%) nas instituições públicas. Ressaltou que a plataformização já existe há um tempo, mas se agudiza nos últimos anos. “As pessoas sofrem cada vez mais o adoecimento psíquico e o trabalho é feito cada vez mais em todo lugar e em todo tempo” comentou. Ela destacou o papel de Florestan Fernandes ao combinar o rigor acadêmico com o compromisso público, avançando nos diálogos para disseminação do conhecimento se dar, por exemplo, para além das publicações indexadas.

Amanda Moreira finalizou com a leitura de uma crônica de Patrícia Limaverde, com o título Entalattes:

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Veja a apresentação de slides usada por Amanda:

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SINASEFE 35 anos

Ainda no clima de aniversário, ao final dos trabalhos da manhã, a Comissão de Organização convidou os(as) sindicalizados(os) pioneiros(as) do SINASEFE para um registro fotográfico especial e uma saudação da plenária.

Vigília no DNIT para reunião da MNNP

As atividades da tarde do segundo dia de Congresso do SINASEFE foram externas, realizadas nos arredores do prédio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), onde ocorria uma reunião da MNNP.

Delegados(as) e observadores(as) se juntaram com lutadores(as) de outras categorias para reforçar a cobrança por respostas efetivas do governo às reivindicações apresentadas há meses.

Logo na chegada do secretário de Gestão de Pessoas e Relação do Trabalho, José Lopez Feijóo os(as) servidores(as) cobraram em alto e bom som: reajuste já!

“Chega de blá, blá, blá, queremos respostas já!” e “Chega de caô, tem dinheiro pra banqueiro, mas não tem pra servidor!” foram palavras de ordem repetidas pelos(as) participantes. As exigências ecoavam pelos corredores do local, dando voz aos(às) milhares de trabalhadores(as) do serviço público federal que padecem com a falta de reajuste salarial efetivo há anos.

Inovando no formato da cobrança, uma rápida batalha de hip-hop foi realizada na vigília, ritmando ao som rap as angústias e reivindicações dos(as) trabalhadores(as). Os artistas fazem parte da Batalha da Escada, realizada na UnB. Assista aqui um trecho da batalha.

Passados alguns minutos do início da manifestação, os(as) representantes Artemis Martins (coordenadora geral do SINASEFE), Elenira Vilela (coordenadora geral do SINASEFE) e João Paulo “JP” Ribeiro (CTB) saíram rapidamente da reunião para apresentar um informe preliminar do encontro com o governo.

Artemis comentou que o governo, novamente, não apresentou resposta concreta sobre as reivindicações financeiras da categoria. Confira o informe preliminar abaixo:

Consulte aqui a matéria da reunião da MNNP para saber mais detalhes sobre esta atividade com o governo.

Debate de destaques do Documento Base

Manoel apresentou a metodologia a ser usada pelo plenário do 35º CONSINASEFE para analisar os destaques e coordenou os trabalhos, junto com João.

As votações das propostas de alterações se darão através dos seguintes encaminhamentos:

  • Leitura do texto a ser modificado no Documento Base;
  • Leitura da(s) proposta(s) de alteração;
  • Defesa da redação inicial – 3 minutos;
  • Defesa da(s) nova(s) redação(ções) – 3 minutos para cada;
  • Votação no plenário sendo a proposta 1 a redação original e proposta(s) 2 (3, 4, 5 etc) a(s) nova(s) redação(ções);
  • Abstenções permitirão a declaração do voto em tempo não superior a 1 minuto;

Os parágrafos do Documento Base que não receberam propostas de alterações foram considerados aprovados e constarão no documento final.

Apresentação de slides usada na análise dos destaques:

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Os(as) participantes fizeram a análise de todos os destaques do primeiro eixo sistematizados acima. Trabalhos de sexta (17/11) serão retomados com a mesma temática, às 8h.

TRADUÇÃO EM LIBRAS:

Imagens

Confira o resumo (fotos) do 2º dia do 35º CONSINASEFE

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