Dia das Mães | Para além das homenagens, queremos propor algumas reflexões

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Foto: PEXELS

No Dia das Mães, o Sindicato dos Servidores do IFCE presta a justa homenagem as servidoras, que diariamente, superam inúmeros desafios para exercer a maternidade. No entanto, para além das homenagens, queremos propor algumas reflexões.

Bem sabemos, que em todas as esferas da vida cotidiana, mães sofrem para “equilibrar” carreira, vida social, estudos, hábitos de saúde (física e mental) com a maternidade. Infelizmente, na sociedade em que o patriarcado define, pauta e estrutura as políticas, são as mães as que mais sofrem para ter uma vida digna para si e para seu/s filho/s.

É o medo do desemprego, da falta de assistência, da ausência de uma rede apoio, da incapacidade em realizar tarefas simples do cotidiano. É o medo do futuro, do crescimento do/s filho/s, do distanciamento ou ausência de um parceiro/parceira. Segundo dados (já defasados) do IBGE, estima-se que, no Brasil, haja mais de 11 milhões de mães solo, de lares chefiados e conduzidos por mulheres inteiramente responsáveis, em sua maioria negras.

São incontáveis as dificuldades e os entraves enfrentados por docentes e técnicas-administrativas, no seguimento das suas carreiras após a maternidade, considerando, ainda, que fatores de interseccionalidade, quais sejam: raça/cor, mães com deficiência, mães de pessoas com deficiência, mães LGBTQIA+ e classe social, amplificam os problemas.

Alguns questionamentos importantes precisam ser feitos:

Os horários dos Institutos estão adaptados aos horários das escolas de educação infantil e do ensino regular? Há flexibilidade de gestores e coordenadores para adaptação desses horários em virtude das necessidades/realidades das mães? Crianças são bem-vindas nos ambientes acadêmicos, no caso de não haver com quem deixar a criança? Há bolsas específicas ou cotas para mães solo nos sistemas de ingresso e de concessão de bolsas? Mulheres mães solo são acolhidas (ou julgadas e em seguida excluídas) quando crianças adoecem e elas são as únicas responsáveis, tendo que remarcar compromissos, bancas, compensar aulas, ter algum prazo estendido, etc.? 

O SINDSIFCE, no dia de hoje, não romantiza a maternidade. Queremos refletir sobre todas essas questões. Queremos ser espaço de empatia, conforto e acolhimento para as mães servidoras. Por isso, hoje, e todos os dias, nosso apoio irrestrito para cada mãe filiada a esse Sindicato. E como não pode deixar de haver, PARABÉNS! Temos orgulho de vocês.

Diretoria Colegiada do SINDSIFCE.