O Proifes convocou uma Assembleia Extraordinária no dia 25 de junho, com o objetivo de criar uma associação de servidores da carreira EBTT. O real objetivo, no entanto, é criar um sindicato de base intermunicipal visando, no futuro imediato, impedir judicialmente a atuação do SINASEFE em representação dos docentes EBTT do IFCE.
O Proifes foi criado, em 2004, com a bênção do governo federal, em articulação do então ministro Tarso Genro, dos partidos governistas e do campo majoritário da CUT, a partir de grupos de oposição que, derrotados em eleições no Andes-SN, decidiram ser instrumentos para dividir a categoria docente.
Nas greves da educação federal de 2012 e 2015, docentes de todo país mobilizaram o conjunto da categoria e arrancaram reajustes salariais, além de derrubarem tentativas de retirada de direitos. No entanto, foram prejudicadas pela atuação da entidade cartorial e braço sindical do governo, a Proifes, que assinou acordos que impuseram derrotas ao movimento docente.
Dentre as derrotas assinadas pelo Proifes neste período, estão: a criação de classes que não consideraram o enquadramento de aposentadas e aposentados; a desestruturação da carreira com perdas salariais; o rebaixamento do regime de dedicação exclusiva; a negociação de padrões remuneratórios que achataram o vencimento básico e transformaram a retribuição por titulação na maior parcela salarial.
Na greve da educação federal de 2024, uma das conquistas mais importantes foi a revogação da Portaria nº 983/2020, que impunha carga horária de ensino para docentes EBTT. Essa conquista só aconteceu porque Andes-SN e SINASEFE permaneceram em luta, mantiveram-se na greve e reabriram a negociação com o MGI após o Proifes ter sido mais vez utilizada como braço sindical do governo. Além de assinar um acordo que não contemplava essa revogação, o Proifes pressionou pelo encerramento do movimento.
Em troca da assinatura do acordo rebaixado, resistido pelo Andes-SN e SINASEFE, o Proifes recebeu de presente do governo a sua carta sindical como federação durante a greve de 2024.
Para manter sua carta sindical como federação, o Proifes precisa ampliar sua base. Face à derrota recente do golpe que tentou na Bahia, para criar um sindicato estadual, busca agora criar um sindicato federado no Ceará sob o nome de Adifce-Sindicato. Trata-se, de fato, de um novo sindicato de base territorial para dividir as categorias do IFCE e para enfraquecer a luta docente da educação federal.
Não podemos permitir que uma entidade golpista sequestre um espaço de luta construído há décadas por trabalhadores. O SINASEFE e suas bases, a exemplo do SINDSIFCE, são espaços que foram criados e se mantém de maneira democrática, priorizando a real defesa dos servidores, apesar das manobras e manipulações dos governos.
Quando nos dividimos, somos mais fracos. Por isso, vamos seguir na luta juntos(as) e fortes, pela autonomia da luta dos(as) trabalhadores(as) e contra à ingerência sindical do governo por meio do Proifes. O legítimo representante dos professores EBTT é o SINASEFE/SINDSIFCE!