Passaram-se dois dias da eleição de Lula para Presidente. O pleito trouxe esperanças para o povo brasileiro com a frente ampla e progressista que derrotou, eleitoralmente, o uso da máquina governamental e o aparato de setores das polícias – que tentaram impedir o direito ao voto em diversas cidades do país, especialmente do nordeste. Foi a primeira vez, desde o instituto da reeleição, que o candidato da situação não conquista um segundo mandato. O bolsonarismo conseguiu reduzir a diferença de votos entre os candidatos em relação ao primeiro turno, contudo, tivemos uma grande vitória! As comemorações em nossas bases e nas ruas, afirmando a vitória de Lula, demonstram isso.
Após quase 48 horas do final do pleito, Bolsonaro resolveu quebrar seu silêncio com um curtíssimo pronunciamento. Jair Messias não explicitou o reconhecimento público do resultado das eleições. Ainda que mais contido, continuou a linha de agitação de seus apoiadores. Parece não desistir de testar sua força política com investidas de caos – apesar da dissimulada crítica aos caminhoneiros bolsonaristas, que bloquearam vias públicas em ações, por certo, financiadas por empresários aliados.
Sem sequer citar o nome de Lula, além de ignorar o dever de reconhecer o resultado das urnas, Bolsonaro mais uma vez confirma sua falta de compromisso com a democracia. Ficou para o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, a tarefa de falar do processo de transição entre os governos que, segundo ele, acontecerá quando Bolsonaro “for provocado” e “com base na lei”. Para o Supremo Tribunal Federal (STF), em Nota Oficial, o discurso registra o fim das eleições presidenciais.
Não devemos perder de vista o feito gigantesco do povo ao eleger Lula, mas também não podemos ignorar que o bolsonarismo permanece vivo, ainda que sem Bolsonaro. Tivemos um expressivo aumento de suas bancadas no Congresso, a conquista de novos sete milhões de votos durante o segundo turno, além de eleger governos estratégicos do sudeste.
A atitude do Diretor-Geral da PRF, a aposta de Bolsonaro no jogo da instabilidade política e os recorrentes ensaios de endurecimento do regime, reafirmam a correta decisão política de nosso Sindicato, definida no 34º CONSINASEFE, no mês de maio: Eleger Lula para derrotar Bolsonaro! Além disso, indica que não podemos baixar a guarda: devemos permanecer em alerta sobre as movimentações políticas na reta final desse governo. A defesa da democracia não pode ficar a cargo apenas das Instituições.
O SINASEFE conclama suas bases para manterem-se em uma vigília pela democracia: é preciso manter acesos os processos de mobilização em nossa categoria. Teremos a 177ª PLENA nos dias 12 e 13 de novembro, precedida dos fóruns de base para escolhas de delegados(as) e de Reunião da Direção Nacional. Será um processo de fortalecimento de nossa posição firme em defesa da democracia brasileira, que precisa ser cada vez mais aprofundada e construída de forma direta.
O povo quer políticas públicas que promovam melhorias nas condições de vida e avanços nos direitos sociais da população, através do fortalecimento dos serviços públicos e reconhecimento do trabalho de seus servidores e servidoras. Mas para que isso aconteça, servidoras e servidores públicos, junto ao povo, devem exigir o início do processo de transição entre os governos e acompanhá-lo até que seja garantida a posse de Lula no dia 1° de janeiro de 2023.
Com informações do SINASEFE.