Nota | Ministros, novas vagas são importantes, mas queremos mais!

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Em anúncio feito nas redes sociais nesta segunda-feira (13), os ministros Camilo Santana e Esther Dweck anunciaram a divulgação de uma portaria que cria 6,7 mil novos cargos para professores e técnicos nas Instituições Federais de Educação Superior, somando-se aos 4,5 mil que foram anunciados em julho deste ano.

O SINDSIFCE, ao mesmo tempo que celebra a iniciativa, entendendo que a ação é fruto da luta das categorias na última greve, reforça que o número ainda é pequeno frente ao tamanho do déficit de servidores nas universidades e institutos federais. De acordo com relatório do Ministério da Educação (MEC) de 2022, a carência de técnicos e docentes chegava a 11 mil. Considerando os três anos passados desde o levantamento sem concursos, a tendência é de crescimento desse número.

Na prática, o déficit traz impactos diretos ao trabalho dos atuais servidores, com uma sobrecarga de trabalho e consequente adoecimento mental, além do prejuízo aos estudantes, que têm seu ensino prejudicado por falta de professores e técnicos dentro do ambiente escolar.

A atual conjuntura dos servidores é de desvalorização. Nas reuniões entre o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) e as entidades sindicais, o embate para garantir o cumprimento dos acordos de greve é recorrente. A pauta também é constante nas mobilizações realizadas pelos sindicatos representativos das categorias. Enquanto isso, na Câmara dos Deputados, segue em curso a Reforma Administrativa, que prejudicará a carreira de atuais e futuros servidores, afetando também a população.

Considerando o que enfrentamos hoje, os novos cargos são poucos diante dos desafios já existentes. A valorização da carreira passa por muitos âmbitos, e novos concursos públicos devem ser apenas o princípio do que queremos para a educação pública federal.