Em reunião ampliada com docentes realizada na última terça-feira (29), foi encaminhada a publicação da nota a seguir, abordando a criação da comissão sobre o perfil docente criada pelo IFCE. A comissão foi composta por 10 membros, todos ligados às pró-reitorias do instituto e direção.
Confira a nota completa:
NOTA DO SINDSIFCE À REITORIA DO IFCE
Decidem por nós, sem nós?
Docentes do IFCE foram surpreendidos(as) — não informados(as) — pela Portaria nº 1791/GABR/REITORIA, de 20 de março de 2025, que institui uma comissão “responsável pela gestão e estudo do perfil docente do IFCE”. Uma comissão criada de forma silenciosa, sem consulta pública nem justificativa institucional. Por que essa comissão? Qual sua motivação? Por que foi criada sem divulgação e sem diálogo com a comunidade acadêmica? São perguntas que precisam ser respondidas pela Reitoria do IFCE.
A composição da comissão fala por si: formada exclusivamente por pró-reitores e diretores escolhidos pela gestão central, sem qualquer participação das coordenações de curso, dos colegiados, dos núcleos docentes estruturantes ou das representações sindicais e de base. Trata-se de mais uma tentativa de centralizar decisões estratégicas, esvaziando os espaços coletivos e ignorando a vida concreta dos campi e dos cursos.
O que está em questão não é uma mera formalidade administrativa. Estamos diante de um movimento de controle da política de pessoal, que tenta padronizar a atuação docente segundo critérios alheios à formação, à área de conhecimento e ao projeto pedagógico dos cursos. Essa lógica rompe com a coerência entre formação e docência, ameaça a autonomia dos cursos e aprofunda a precarização do trabalho docente.
Em vez de dialogar com quem ensina no IFCE, a gestão opta por decisões de gabinete, reforçando uma perspectiva tecnocrática que fere o princípio da gestão democrática e a natureza pública da nossa instituição.
Diante disso, exigimos a revogação imediata da Portaria nº 1791, por sua ilegitimidade e autoritarismo, seguida da abertura de um processo amplo de debate institucional, com participação efetiva das coordenações, colegiados, núcleos docentes estruturantes, da nossa representação e das entidades sindicais.
O projeto de educação que defendemos não se decreta. Se constrói na base, com participação e com coerência.