Lançamento do Fórum ocorreu na tenda da reitoria da UFC, que abrigava as reuniões do Comando Local de Greve (Fotos: Nah Jereissati/ADUFC)
Com o lançamento do Fórum Cearense em Defesa da Educação Federal, em plenária realizada na reitoria da UFC na última quinta-feira (4), docentes, técnico-administrativos e estudantes deram um passo a mais para consolidar a unidade na luta construída e fortalecida durante a Greve da Educação 2024. Também foi aprovado o regimento do coletivo, que contará com representação dos três setores. As atividades serão realizadas a partir de decisões consensuais do grupo. O momento foi sucedido por uma celebração julina, com comidas típicas e o forró de Carlinho Sanfoneiro.
A coordenação do Fórum terá representações de entidades ligadas à educação federal, como ADUFC, SINTUFCE, SINDSIFCE e suas entidades representativas nacionais (ANDES-SN, FASUBRA e SINASEFE), além do Diretório Central dos Estudantes (DCE-UFC) e da União Estadual dos Estudantes do Ceará/Livre (UEE). A expectativa é de que outras entidades se somem em breve à iniciativa. As reuniões serão mensais e as deliberações se darão por consenso, estando prevista votação apenas para mudança do regimento, com exigência de pelo menos 2/3 dos votos favoráveis das entidades presentes para aprovação.
Coordenador-geral do SINDSIFCE, Valmir Arruda defendeu o coletivo como mais um espaço de formação política e sindical das categorias. “A gente precisa de formação, ela é constante (…) O que marcou essa greve foi a união da Educação federal. Os nossos grandes atos foram unificados. A gente passou a se reconhecer ainda mais e viu que nessa unidade a gente consegue crescer”, ressaltou.
Na avaliação da presidenta da ADUFC, Profª. Irenísia Oliveira, o Fórum é o caminho por onde as categorias da Educação podem avançar após a greve. “A luta só pode continuar de maneira organizada. Essa articulação é um dos ganhos da nossa greve. Nós temos nos fortalecido na unidade e temos dado concretude a isso, e esse é um passo importante na nossa organização”, avaliou. “Os ataques contra a Educação continuam e precisamos acompanhar e nos manter mobilizados”, acrescentou.
Wagner Pires, da coordenação-geral do SINTUFCE, reforçou a importância da articulação do setor da Educação para enfrentar desafios que já estão batendo à porta, como a ameaça da extrema direita nas eleições municipais deste ano. “É muito importante esse movimento que estamos fazendo aqui hoje e é uma conquista da nossa greve. Precisamos seguir firmes e juntos. Aqui ninguém vai baixar a cabeça”, destacou.
Servidor técnico da UFC e integrante da coordenação da Fasubra, Daniel Farias sinaliza o diálogo com a população como uma das principais vitórias da greve. “A gente se fez visível. Principalmente nós, TAEs, éramos muito invisibilizados. Foi muito importante pra gente fazer essa greve em conjunto com docentes e estudantes”, disse. Segundo ele, que compôs as reuniões do Comando Nacional de Greve, as idas a Brasília durante a mobilização o fizeram perceber a urgência de se alterar o quadro atual de congressistas. “Foi importante atestar que precisamos eleger parlamentares que se preocupem com a educação. A bancada ainda é muito limitada frente a outras, como a da bala”, completou.
“Conquistas foram arrancadas pelas categorias”
Artemis Martins, da coordenação-geral do SINASEFE, lembrou que a unidade na luta da Educação não vem de agora. “Desde o governo Bolsonaro temos construído ações fundamentais para garantir a nossa sobrevivência, inclusive barrando naquele momento a PEC 32, mas que já está de volta”, salientou. “As conquistas da greve não foram as que a gente merecia e precisava, mas foram as que conseguimos arrancar, porque no princípio o que havia para nós era nada”, acrescentou.
O movimento estudantil foi representado na mesa de abertura pelas estudantes Dandhara Cavalcante (DCE/UFC) e Suyanne Vidal (UEE Ceará). “Os estudantes também arrancaram vitórias, como a ampliação de mais 200 bolsas estudantis na UFC (…) Esse Fórum vai ser muito importante na disputa da educação que queremos diante de ameaças como a privatização do ensino superior e a militarização das escolas, por exemplo”, citou Dandhara. “Foram as instituições federais de ensino as mais atacadas pelo governo Bolsonaro e estivemos na linha de frente para impedir que nos tomassem as universidades. A luta continua em defesa da recomposição do orçamento das universidades e da reforma na universidade para garantir a permanência dos estudantes”, defendeu Suyanne.
Com informações da ADUFC.