20 de novembro: Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra

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O Brasil celebra nesta segunda-feira (20/11) o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A data foi instituída no calendário oficial do país pela lei nº 12.519/2011, mas as primeiras atividades celebrativas do 20 de novembro foram registradas ainda em 1971.

A data, além de homenagear o líder negro Zumbi dos Palmares (morto numa emboscada em 20/11/1695), busca fazer justiça à luta contínua de negras e negros brasileiros, num contraponto às comemorações chapa branca da falsa abolição (em 13/05).

Um projeto de lei, já aprovado no Senado, pretende transformar a data em feriado nacional, honrando em todo país a memória de um símbolo de luta e de emancipação das injustiças impostas por séculos contra a população negra. Hoje, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é feriado em 6 Estados, 3 capitais e mais de 1.200 cidades brasileiras.

O processo histórico de existência (e resistência) de pessoas negras no Brasil, além de contabilizar os longos, absurdos e repugnantes anos de escravização enfrenta ainda, mesmo em 2023, um profundo apagamento racista da memória deste período. Infelizmente, as narrativas que ainda se destacam em museus, nos livros didáticos e na mídia tradicional seguem reforçando o racismo ao invés de contribuir com a reparação histórica e urgente que a negritude necessita.

Além disso, em seu cotidiano, a população negra, burlando as duras estatísticas de morte e desemprego, ainda que empregada e concursada, enfrenta a discriminação e o racismo (estrutural e estruturante) em seus diversos locais de trabalho e estudo.

Não é diferente na Rede Federal de Educação, quantas e quantos gestoras(es) negras(os) você conhece? Qual a quantidade de docentes e TAEs negras(os) integram o corpo de trabalhadoras(es) de seu local de trabalho? Quais as ações antirracistas efetivas (tanto entre trabalhadores quanto para estudantes) estão em andamento em nossas escolas?

Pele Alvo: a bala não erra o negro

A quarta edição do relatório “Pele Alvo: a bala não erra o negro”, apresentou novos números da letalidade policial contra a população negra nos oitos estados que a Rede de Observatórios monitora. Lançado na última quinta-feira (16/11), o relatório revela que a cada 10 pessoas mortas pela polícia na Bahia em 2022, 9 eram negras (90%).

Em Pernambuco, todos os mortos pela polícia no Recife em 2021 e 2022 eram negros (100%). No Rio de Janeiro, segundo estado com mais mortes causadas por forças de segurança, essa relação chegou a 87% dos 1.330 óbitos. Já em São Paulo, negros foram 63,9% dos mortos.

Confira os dados completos do relatório clicando aqui.

Diante deste triste cenário, o SINDSIFCE reafirma seu compromisso com a luta antirracista!

Texto adaptado do site do SINASEFE.

TRADUÇÃO EM LIBRAS: